Afeganistão

Acabei de ler O Livreiro de Cabul. Não é o primeiro livro que leio sobre a vida no Afeganistão, já li O Caçador de Pipas e A Cidade do Sol, todos com histórias bem dramáticas e que mostram a realidade da vida nesse país que não consegue se livrar da guerra e da violência.

O Livreiro de Cabul descreve o cotidiano de uma família afegã "bem de vida, e bem educada". Eles praticamente não tem mobília em casa, dormem em tapetes no chão, quase todos no mesmo comodo - 11 pessoas - as mulheres limpam e cozinham, e os homens, inclusive os menores que mal entraram na adolescência, cinco ao todo, trabalham 12 horas por dia, todos os dias da semana. Mas não lhes falta comida e muitos membros da família sabem ler. Duas das mulheres da casa foram professoras antes do regime talibã fechar as escolas para meninas. Eles são 'ricos' e 'instruídos'!


Quanto mais eu descubro sobre esse país mais me surpreendo! Aprendi nesse livro que a origem da burca nada teve a ver com religião, mas foi um rei que cismou que ninguém poderia ver o rosto das mulheres de seu harém para que elas não atraíssem outros homens, pois eram muito bonitas. A partir daí, depois de as duzentas mulheres do rei andarem com grandes tecidos coloridos, estampados e bordados em ouro cobrindo o corpo, passou a ser sinal de status ter a esposa - ou esposas - coberta da cabeça aos pés.
Quando alguém em sã consciência resolveu tentar mudar isso, já era tarde demais, tinha se infiltrado na cultura da plebe e na religião. Mostrar qualquer parte da pele agora seria pecado para uma mulher.

Depois da queda do regime talibã, aos poucos, nas cidades maiores, as mulheres estão voltando a mostrar o rosto, mas a burca nunca vai desaparecer da cultura do país.

São essas e outras coisas que me fazem agradecer a Deus por ter nascido no Brasil.

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