Comunicação vs Tecnologia

Acho que todo mundo já recebeu pelo menos uma vez um e-mail que diz: "vc sabe que vive no século XXI quando..." - eu já recebi um quintilhão de vezes - mas é inegável a realidade por trás daquelas linhas. Quem nunca usou o celular do portão de casa pra falar com alguém lá dentro, ou usou o telefone pra falar com a vizinha, ou com o cara do outro lado do escritório?
Falo agora por minha própria experiência... converso com meus amigos mais próximos, por telefone, Twitter e MSN muito mais do que pessoalmente, a proporção chega a ser absurda! Estão aí meus amigos Finão e Coca que não me deixam mentir.

A nossa geração digital está desenvolvendo uma forma de comunicação própria, e nos entendemos muito bem, obrigada!, mas nossos pais e tios da geração passada com certeza diriam que eram mais felizes e que tinham formas de comunicação mais saudáveis! (os daqui de casa não cansam de dizer isso). Apesar de sermos capazes de refutar esse tipo de argumento facilmente eles não deixam de ter uma certa razão.
O entendimento é seriamente comprometido em formas de comunicação indireta. 80% das informações em e-mails dão margem para interpretação incorreta, e qualquer pessoa que tenha uma conta de e-mail sabe que o disse-me-disse na internet tem dado origem a aterradoras teorias de conspiração, que em parte são causadas por babacas que não tem nada o que fazer, mas também vem de pessoas ingênuas que acreditam em tudo que leem e repassam da forma que entendem.

Lá vai uma pequena histórinha que ilustra o que pode causar a falta de comunicação pessoal:

PRIMEIRA SITUAÇÃO
o casal está sentado na sala
- Amor, dá pra você sair meia hora mais cedo amanhã e pegar a Nina na escola pra mim?
- Poxa, querida... queria adiantar o trabalho pra aquela apresentação do cliente de terça, ia ficar até mais tarde no escritório.
- É que tenho que ir numa reunião beneficente no Clube de mães (aqui acrescenta-se uma carinha de gatinho do Shrek), é importante, elas estão contando comigo.
- Ok, trago a apresentação pra montar em casa

SEGUNDA SITUAÇÃO
o casal ao telefone
- Amor, dá pra você sair meia hora mais cedo e pegar a Nina na escola pra mim?
- Você sabe que eu queria adiantar o trabalho pra aquela apresentação do cliente de terça, ia ficar até mais tarde no escritório.
- É que tenho que ir numa reunião beneficente no Clube de mães, é importante, elas estão contando comigo.
- Ok, levo a apresentação pra montar em casa, mas vê se não demora lá einh!

TERCEIRA SITUAÇÃO
ele recebe um torpedo
- Amor, dá pra vc sair + cedo e pegar a Nina na escola pra mim?
ele responde
- Vc sabe que eu n posso!
- Tenho uma reunião importante, tão contando cmgo!
- Meu tblho n é important? Eu vo, ms esteja em casa as 20h!

QUARTA SITUAÇÃO
a secretária entra na sala
- Sua mulher mandou avisar que é pra o senhor pegar a Nina na escola que ela tem uma reunião no clube.
- O que? ela enlouqueceu? Preciso preparar uma apresentação, ela sabe disso (ele colou um post-it na geladeira ontem) e vai me atrapalhar por causa de uma reuniãozinha social naquele clube inútil?
o divórcio saiu três meses depois


KARAOKÊ

Na vida real os karaokês, videokês e sei-lá-okês só têm música brega. Mas, isso é uma crônica, e crônicas não necessariamente devem reproduzir a vida literalmente. No meu mundo ideal, os karaokês, videokês e sei-lá-okês têm músicas novas, que quase ninguém conhece, uma lista quase infinita de músicas e atualizações praticamente diárias. Sim, eu viajei.

Mas a história é sobre dois amigos. Amigos de berço, tão unidos que há quem pense que são irmãos e outros, bom, outros dizem que não passam dum casal mal-avisado que não enxerga a vida real e não vêem que são mais que amigos. Cresceram juntos, estudaram juntos, viajavam juntos. E, um dia, sabe-se lá porque cargas d'água resolveram cantar jutos.

Não que eles nunca tivessem cantado juntos, faziam isso sempre. Mas, geralmete, era quando estavam sonolentos na praia, com aquela brisa fresca que faz com que relaxemos até a alma, sozinhos e na frente de casa, esperando alguém chegar com a chave (os dois avoados sempre esqueciam a chave). Mas dessa vez, cantaram juntos no karaokê, na frente de desconhecidos.

Enfim, cantaram. Afinados, um dueto lindo. Não perguntem a música, faz muito tempo, nem me lembro. Mas cantaram belamente, ela com sua voz aguda - meu Deus, chega a incomodar - e ele, com a voz doce, mas grave. Cantaram como se não tivesse ninguém no recinto, dançando da maneira que lhes vinha em mente. Estavam felizes, dois tímidos que agora podiam cantar no karaokê.

Daí então resolveram fazer isso mais vezes. Perderam por todo a timidez, começaram a sair com outras pessoas, começaram a formar grupos distintos: ela andava com patricinhas em geral e ele com os metaleiros - tão colegial isso, meu Deus, mas eles não enxergaram. Seis meses depois do episódio do karaokê mal se viam e se falavam. Nem se conheciam mais.

E passou-se um ano. Um ano inteiro nessa situação, mas sempre se citavam em conversas, sentiam falta um do outro, mas não conseguiam se reaproximar. Mania do ser humano de criar barreiras para não se aproximar do que sente falta, por puro medo. Enfim, um ano. Mas, num belo domingo à noite, se encontraram. Num bar-karaokê (porque domingo é noite de 'programa-família'). E tocou a dita música, a que fez com que mudassem. Aí, vocês vão advinhar o final: cantaram juntos, voltaram com a amizade, casaram-se e viveram felizes para sempre! - acertamos?

Hmm, não. Erraram: não cantaram, apenas cantarolaram em seus lugares enquanto ouviam um casal desafinado assassinar a pobre música. Trocaram meia dúzia de olhares, um ou dois sorrisos, e assim ficou.

Mas aí... bom, aí que eles tinham amigos em comum que juntaram as mesas e os dois começaram a conversar. E colocaram assuntos em dia, lembraram-se dos bons tempos e esqueceram porque não eram mais companhia um pro outro. Agiam novamente como melhores amigos. Incrivelmente, daquela noite em diante, voltaram a andar juntos, como irmãos novamente. 

Pra resumir a história, algum tempo depois ela casou aos 24 com um amigo dele e ele aos 25, com uma moça que conhecera numa de suas viagens à praia. Ela tem uma menina e ele, um menino. São vizinhos, cantam em duetos ainda e toda sexta-feira se juntam pra comer pizza. Diz a lenda que nunca mais cantaram a infeliz música que os separou, mas o karaokê continua sendo o lugar preferido dos dois, seja pra cantar, seja pra assistir. Porque aquela noite mudou suas vidas e seus futuros, mas ainda assim, eles se agradavam de lembrar e imaginar o que teria acontecido se não tivessem perdido a timidez.

Teoria da Atração Discreta – Relato nº1


>Situação
Rodízio de pizza com amigos.

>Ambiente
Restaurante familiar, que serve rodízio de pizzas, com cerca de 23 opções no cardápio. A maioria das mesas agrupa mais de 4 pessoas, em geral os freqüentadores são grupos de amigos. Todos os garçons são mulheres, entre 22-34 anos aproximadamente, com uniforme nas cores do logotipo da empresa, vestindo um avental longo. As pizzas costumam ser oferecidas em intervalos que vão aumentando conforme o grupo passa cada vez mais tempo à mesa. Quando a maioria das pessoas na mesa rejeita a maioria das diferentes, por regra da casa, as garçonetes perguntam se os clientes desejam comer alguma pizza em especial. Na maioria das vezes os pedidos são atendidos num intervalo de 4-18min. Só param de servir quando todos se manifestam satisfeitos.

>Raio X da ocasião
Havia uma grande mesa com cerca de 10 lugares, dos quais apenas 2 estavam vagos, com amigos meus. Cheguei ligeiramente mais tarde que os outros, com mais dois amigos e três amigas. Naturalmente, meus amigos foram à frente e juntaram-se ao grupo. Não havendo mais lugares com os outros, e dada a impossibilidade logística de acrescer-se mais uma mesa, sentamos numa mesa á parte eu e as três jovens. Visto que viemos todos de outro compromisso, estávamos vestidos com roupas formais, terno, gravata, saias e vestidos (em seus respectivos corpos, claro!).
Estávamos todos à vontade, comendo, rindo conversando, mas por motivos óbvios, pouco interagindo com o grupo maior. Após um bom tempo, as meninas comigo estavam relativamente satisfeitas com a refeição e comiam apenas as pizzas doces. Então, como era de se esperar, a garçonete perguntou pela primeira vez se queríamos um sabor específico de pizza. A tal pergunta uma das moças comigo se manifestou: “Eu quero pizza de capuchino”, e eu me manifestei dizendo simplesmente “Quatro queijos, por favor”. Em menos de 3 minutos pousava em meu prato uma fatia de pizza de quatro queijos. A garçonete explicou à minha amiga que a pizza solicitada não estava disponível no momento, mas que em breve a traria.
Muito bem, a cena se repetiu, comigo pedindo pizza de alho, portuguesa, morango, pimenta e até mesmo de cogumelo japonês (funghi). Por vezes tínhamos a impressão de que a garçonete (era sempre a mesma que fazia a pergunta, as outras simplesmente ofereciam o que tinham em mãos) saía imediatamente de nossa mesa em direção à cozinha e a pizza na bandeja que ela carregava simplesmente se metamorfoseava na pizza que eu havia solicitado, então ela dava meia volta e me trazia a tal. Macacos me mordam se eu estiver exagerando, mas eu pedi umas 5 pizzas e fui prontamente atendido em todas as vezes. Pode parecer sacanagem, mas a mesma menina sempre repetia cada vez mais indignada: “Pizza de capuchino, por favor. Faz tempo que estou esperando!”
Já discutíamos o assunto na mesa desde a segunda vez em que o pedido da pizza de capuchino não foi atendido, e rimos muito com isso. Relatos muito semelhantes foram compartilhados com os outros na mesa. Até que nos veio a idéia de realizar o teste final. Ao ouvir novamente a bendita pergunta “Vocês desejam comer alguma pizza em especial?” eu, já satisfeito, respondi calmamente olhando a garçonete nos olhos: “Por favor, eu gostaria de experimentar a pizza de capuchino.” Lembra do que eu disse sobre a pizza que se metamorfoseava? Foi o que aconteceu, em menos de 2min eu tinha um pedaço de pizza de capuchino no meu já exausto prato!

>Conclusão
Não, jamais poderia eu descartar a possibilidade de a pizza estar pronta há algum tempo esperando apenas que fosse entregue à nossa mesa pela mesma garçonete, e por conseqüência meu pedido foi atendido tão prontamente. Também é perfeitamente plausível e aceitável que não tivesse nenhuma pizza de capuchino ‘montada’ quando minha amiga pediu uma pela primeira vez, e por isso demorou tanto tempo para que pudessem servi-la.

Mas guardem esse história na memória, vou em breve postar outras semelhantes que vão corroborar uma tese que finalizará essa série de artigos.

Início do Fim dos Tempos

Bem já que ninguém tomou a iniciativa, começo eu a postar...
Não, eu não vou postar sobre o porque do nome do blog, sobre como surgiu a idéia nem nada disso, deixo isso pra Homer Simpson outra pessoa fazer.

Ora, levando em conta que o nome do blog remete à uma data (eu disse que não ia explicar, mas vou usar) e que eu estava brisando meditando sobre coisas complicadas a respeito do tempo, vou compartilhar algumas de minhas conclusões, que certamente serão amplamente difundidas antes de 2012 em toda a comunidade científica.

O tempo. Não podemos vê-lo, tateá-lo, cheirá-lo ou ouví-lo. Ainda assim, ele controla nossas vidas com tamanha maestria que nos mantém trancafiados naquilo que chamamos de 'agora'. O conceito do que é o tempo, e como o vemos determina nossa visão de viagem temporal. Acontece que, paradoxalmente, somente poderemos ter absoluta certeza de qual a teoria mais correta depois de realizada a primeira viagem no tempo (para o passado). Há assim, diversas teorias, em geral bem-aceitas.

Há quem diga que existem múltiplos universos, com o mesmo número de partículas, onde pode haver um átomo de diferença, ou uma completa diferença. Segundo essa teoria, viajar no tempo nada mais seria do que passear por entre os universos paralelos. Há quem discorde e acredite que é simplesmente impossível viajar ao passado porque não é possível mudá-lo. Se você tentasse, por exemplo, matar o seu avô, 'o universo conspiraria para que você fracassasse e por fim não influenciasse no futuro, não podendo assim evitar a própria existência'. Sendo assim, o livre-arbítrio seria uma ilusão e todos estaríamos fadados a um futuro predeterminado. Essa idéia, por sua vez, poderia promover uma anarquia global, pois as pessoas nao teriam senso de responsabilidade por suas ações, afinal... "era meu destino agir assim".

Um cientista renomado está realizando experimentos com partículas afim de enviá-las ao passado. Segundo ele, assim que a máquina que ele está construindo for ligada é muito provável que comecem a surgir partículas vindas do futuro, enviadas pela mesma máquina. Ele refuta, por razões óbvias, a predestinação. Por outro lado, pensando assim, ele não está supondo que sua máquina está predestinada a permanecer ligada por muito tempo e que seja usada para enviar partículas para ele?


Pois é, ninguém é perfeito, mas não precisava se contradizer!

Pois eu analisei os fatos, pesquisei o assunto e cheguei a um conclusão plausível e óbvia.

O conceito aceitável de passado é simplesmente o seguinte, que ele passou. Sim, eu fui redundante para ser irônico.
Eu explico. O tempo não funciona como uma fita cassete, onde tudo fica gravado, mas como uma cachoeira. A única prova que o passado existiu são suas consequências no presente. Aquela pedra sofreu erosão porque a queda d'água constante desbastou-a. Jamais aquela mesma situação, das gotas, das moléculas, dos átomos, elétrons e spin de seus quarcks poderá ser refeita. Ela cumpriu seu papel, tirou uma penca de átomos da pedra e foi embora. Não dá pra fazer aquilo denovo.

O que eu quero dizer, foi expresso pelo astrofísico Marcelo Gleiser com as seguintes palavras: "A viagem para o passado não existe. A idéia viola o princípio da casualidade, que entende que toda série de eventos depende de uma ordem de causa e consequência".

Sendo assim, é razoável aceitar que é impossível voltar no tempo, e me observar escrevendo esse artigo, por exemplo. Afinal, se você porventura o fizesse, estaria causando uma interferência no passado. Não haveria causa no momento em que escrevo isso cuja consequencia fosse você aparecer aqui do nada, vindo do futuro. A causa estaria lá no futuro, quando você entrou na "máquina do tempo".

OK, supondo que você concordou com o que escrevi até aqui... (se não concorda pare de ler e recomende o artigo assim mesmo, não esqueça de comentar)
...pode estar pensando: Ainda assim, se o passado no existe, será que o futuro existe? Eu respondo assim: Não podemos afirmar até onde o futuro existe. Bem causa e consequência, o futuro é consequencia do presente. Se no presente não há razão para que o futuro deixe de existir, o futuro existe. Acontece que, de certa forma podemos ter relativa certeza que o amanhã existe, porque não se tem notícia de um evento que extinguiria o universo em suas quatro dimensões (altura, largura, profundidade e tempo) até a meia-noite de hoje.

Então você diz: "Ah, legal! Eu acredito que o futuro vai existir por muito tempo, dizem que o sol só vai apagar em 5 bilhões de anos! Então eu quero uma máquina para viajar par o futuro e ver como é!"

OK, primeiro considere... Dadas as afirmações anteriores, você vai partir consciente de que jamais irá voltar para o 'presente'. Então, se você viajar, suponhamos, 500 anos à frente, não haverá no planeta ninguém que você conheça mesmo que você tenha uns 1000 "amigos" no orukt. Salvo se consigamos driblar a morte nos primeiros anos depois q vc for. Sem vc pra atrapalhar é bem possível...
Sem poder mandar pro você de agora os resultados da megasena, a cura pro câncer, ou coisa do tipo, não vejo qualquer utilidade pra sua viagem. Não haveria propósito em trocar o agora pelo agora de daqui a 500 anos.

Ainda assim me esforcei e pensei em três coisas legais pra você fazer lá se planejar desde já. Se foi malandro e levou relíquias do passado, como telefone discado, modem 56k, disquetes e outros, e se ainda existir eBay, poderá vender tudo por uma fortuna capaz de te recuperar do rombo financeiro da sua viagem. Pode também ficar rico ou não, Collor! se aplicar bem uma grana. 500 anos dá um bom rendimento mesmo a uma módica taxa de 0,65%a.m. (poupança). Pode arrumar um emprego lá também, se não for muito burro hoje: ser um professor de história moderna, pra contar pros seus alunos como o Corinthians foi pra segunda divisão e voltou, como foi a repercussão mundial do lançamento do revolucionário iPad, ou melhor ainda: conte pra eles como o Brasil ficou chocado ao ver a estudante universitária Geisy Arruda ser discriminada por usar um vestido um pouco curto! SÉRIO, NÃO COMPENSA. Vc só vai querer sair daqui se for um excluído da sociedade(emo) e só vai conseguir se for milionário.
O consolo pra quem não entendeu nada e ainda quer fazer esse tipo de experiência estúpida, mesmo dados os devidos alertas repito,não faça, é que mesmo não havendo a menor previsão de uma máquina que te ajude a viajar com suas bugigangas a uma velocidade próxima à da luz e voltar pra terra (como em Planeta dos Macacos), estamos bem avançados com estudos de criogenia, que poderá te congelar por 500 anos pra descongelar depois. (Avatar) tem o risco de esquecerem você congelado, ou de o mundo acabar em 2012, claro...



Bom, depois de tanto argumentar eu concluí o seguinte:

"A única coisa capaz de voltar no tempo é o pensament, guiado pela lembrança e movido à imaginação."

by Finão